segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Atividade de encerramento do curso: prática leitora multimidial

Curso de Extensão Mediadores de Leitura na Bibliodiversidade
Experimentação de práticas de leituras: proposta de intervenção pedagógica
Grupo mediadores 4:
Pólo Educacional Superior em Restinga Sêca. Componentes do Grupo: Adriana H., Lucas Luiz K., Rita de Cássia F. e Suzete D.

Atividade de encerramento do curso: prática leitora multimidial
Público-alvo: adolescentes leitores das séries finais do ensino médio

Objetivo da prática leitora: tomando por base os recentes episódios relacionados aos desastres ambientais na serra do Rio de Janeiro e às grandes enchentes ocorridas na região central do Rio Grande do Sul no verão de 2010, traçar um paralelo entre as informações geográficas, ambientais e antrópicas, pertinentes a ambos os eventos excepcionais de “fúria da natureza” frente à atividade humana e às respectivas áreas atingidas e suas características naturais.
Materiais e recursos utilizados:

- Leitura de textos jornalísticos, consultando na internet (http://www1.folha.uol.com.br/especial/2011/tragedianaregiaoserranadorj/) o especial do Jornal Folha Online sobre os recentes desastres ambientais na serra fluminense; visita e consulta a biblioteca municipal de Restinga Sêca para pesquisar sobre os desastres do verão de 2010 (queda da ponte sobre o Rio Jacuí) na região central do RS, bem como consulta/pesquisa ao jornal virtual Zero Hora sobre a referida enchente;

- Leitura de mapas: Por fim, analisar via aplicativo Google Maps e Google Earth as imagens de satélite de ambas as regiões, se possível o antes e o depois, bem como utilizar o aplicativo Google Panorâmico para observar fotos das paisagens em perspectiva tiradas pelos moradores locais.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DOIS AMIGOS




Dois amigos rumo à vida
Caminham pela estrada sem fim.
Um, atrás, apenas parceiro;
O outro, lamentando: "Ai de mim!"

Com "suas riquezas" seguem em frente,
Certos apenas dos passos.
Parecem sofrer um pouco,
Levando o mundo em seus braços.

Quando se vê essa dupla,
Tem-se apenas um porém:
Quem leva quem nessa rota?
O homem até leva o cão, mas o cão leva o homem também.


Xilogravura do artista expressionista Oswaldo Goeldi (1895-1961). Ilustração do livro "Humilhados e Ofendidos", de Dostoievski.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ETERNOS TRIÂNGULOS

João e José eram amigos de infância. Na adolescência, muito acamparam na praia das Tunas. Mas como o tempo nada perdoa, cada um seguiu seu destino. João se formou em Agronomia. Foi para o exterior, viajou muito. Progrediu. José, que sempre foi um boêmio, preferiu ficar por Restinga, fazendo bicos, puxando saco de político e conseguindo umas mamatas aqui e ali. Naquele ano, excepcionalmente, conseguiu uma boca no Candeeiro da Canção Nativa, festival que acontece na cidade, como carregador de instrumentos. Foi nessa época que João regressou à cidade natal. Depois de doze anos, voltava e, por sinal, muito bem acompanhado da esposa, Charlotte. Mulher bela, logo chamou a atenção de todos na pequena cidade. No reencontro dos amigos, durante o festival, a amizade se renovou e junto com ela, o interesse nada discreto de José. Entre uma música e outra, os olhares do casal se cruzavam e, no final, ficou evidente uma grande atração entre eles. João e Charlotte vieram para uma temporada de dois meses, porém a decisão de fixar residência foi incentivada pelo amigo e, claro, pela jovem senhora.
Depois disso, não deu outra: estava formado o triângulo. A paixão entre os dois era tão intensa que pouco se preocupavam com a discrição. Até viajavam juntos para a cidade vizinha, Santa Maria, com a desculpa de que Charlotte precisava de roupas de grife, perfumes importados ou porque sentia saudades dos shoppings. Como João estava atarefado com o trabalho nas fazendas da região, não se importava e até incentivava a companhia do amigo.
Numa dessas idas a Santa Maria, passaram diante de um bazar chamado “A cigana” e a jovem enamorada fez questão de chegar. Deslumbrada pelos objetos, velas, incensos, bijuterias, foi até o balcão. A vendedora, que usava vestido e ornamentos ciganos, perguntou:
- Boa tarde. Deseja algo?
- Por favor, a senhora pratica a quiromancia?
José se assustou e cutucou Charlotte. Esta nem ligou e aguardou a resposta da cigana.
- Sim. Esmeralda vê passado, presente e futuro. Queres uma consulta?
- Com certeza. Agora mesmo se puder. Fique aqui, José não quero que descubras meus segredos... – disse Charlotte, dando uma risadinha irônica ao amante.
- Que remédio... – deu de ombros o rapaz.
Enquanto a jovem consultava, ele passou os olhos pela loja. Havia livros diversos; a grande maioria, religiosos. Um lhe chamou a atenção por destoar de todo o resto: Contos de Machado de Assis. Começou a folheá-lo. E novamente sua atenção foi despertada, no entanto por um título em especial: “A cartomante”. Um calafrio percorreu seus ossos. Lembrava daquela história. Lera no ensino médio e inclusive, apresentara um trabalho na aula de Literatura sobre ele. Lembrava, principalmente de como terminava. “Nossa! Como fui rever essa história depois de tanto tempo? Quer saber: há mais mistérios entre o céu e a Terra que eu não quero ir para o inferno... Tô indo nessa... Não tem tesão que possa destruir uma amizade de tantos anos.”
Nesse momento, Charlotte aparece pálida e percebe também a palidez do rapaz.
- José, não é por nada, mas acho que não podemos mais ficar juntos... Sabe, a cigana...
- Tudo bem, Charlotte, tudo bem. Também acho que estamos precisando dar um tempo. E quer saber: volte para Restinga agora e vá ser feliz. Por que eu tô indo, ou melhor, fui!!!!!
E o rapaz saiu da loja, deixando a jovem entre surpresa e decepcionada:
- Achei que ele fosse implorar para ficarmos juntos!!!
E saiu chorando porta a fora. A cigana olhou e balançou os ombros:
- Eu, hein! É cada um que me aparece... “Quanto mais eu rezo, ...
E voltou a atender o balcão, pois mais uma cliente entrara na loja.
- Boa tarde. A senhora põe cartas?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Poesia

A poesia

O texto “Brincando com as palavras” enfatiza a importância do gênero poesia e o quanto o envolvimento do professor com seu aluno nesse trabalho é enriquecedor. Estar comprometido com a leitura/produção poética é estar abrindo caminhos para uma nova leitura de mundo e também construindo novas formas de reflexão e aprendizagem através dessa apreciação lúdica e tão estimulante. O trabalho com poesias deve trazer prazer, liberdade e também seriedade, pois usando estratégias capazes de aguçar a sensibilidade da criança e do adolescente, possivelmente estes conseguirão ser bons leitores/escritores. Nada fascina mais que poder soltar a imaginação, a fantasia e a criatividade, então, por que não fazer disso ponto de apoio para motivar no momento de construir conhecimento e aprendizagem? Devemos começar o mais cedo possível a estabelecer o contato de nossas crianças com a poesia. Com certeza, isso só vai despertar o que elas têm de melhor. Cantigas de roda, parlendas, trava-línguas e tantas outras formas de poesia são combustíveis para incendiar essas cabecinhas tão criativas e sempre prontas para descobrir, para nos emocionar e nos ensinar a ver tudo de maneira mais simples, mais suave e mais verdadeira. Afinal, poesia é pura emoção.

                                                    Pássaro em vertical

                                                Cantava o pássaro e voava
                                                                  cantava para lá
                                                voava para cá
                                                voava o pássaro e cantava
                                               de
                                                   repente
                                                              um
                                                                   tiro
                                                                       seco
                                                           penas fofas
                                                          leves plumas
                                                          mole espuma
                                                            e um risco
                                                               surdo

                                                                  n
                                                                  o
                                                                  r
                                                                  t
                                                                  e
                                                                  -
                                                                  s
                                                                  u
                                                                  l.

                        Libério Neves. Pedra solidão. Belo Horizonte, Edições    Movimento Perspectiva, 1965.